T5 - Apresentação e reflexão da Leitura recomendada
Autores:
João M. Paraskeva
Professor na Universidade de Massachusets, nos EUA. É o fundador da revista "Currículo sem fronteiras e coordena várias coleções no campo da educação e do currículo.
Wayne Au
Professor na Universidade Estatal da Califórnia. E é responsável por várias obras sobre a educação, destacamos a sua mais recente obra: "Teaching for racial and social justice"
Tema:
A escola pública e a tentativa de desmantelamento da mesma por via da apresentação de ideias neo-liberais, que visam simplesmente fomentar o ensino privado e assim sujeitar o ensino às leis de mercado.
Reflexão de grupo sobre a "O Direito à escolha em Educação"
De um ponto de partida inegociável, assumimos, de forma clara, a importância do binómio da educação que alberga, simultaneamente, aluno e professor!
Com uma história que leva vários séculos, o "ensino-aprendizagem" vem carregando em si preocupações e estratégias que, num plano teórico, pretendem optimizar todo um sistema escolar.
Neste sentido, a envolvência política continua adensar-se em propostas e apostas educacionais que, em mau tom, vem culminando em confrontos idealistas, mais especificiamente em "guerras público-privados"!
Na verdade, caímos na era onde as politicas da direita vêm sabido estruturar ideias de "crise", com ataques sistemáticos à escola pública, onde lhe erguem um quadro de argumentos no sentido de a desmantelar. Anexando-lhes propostas de ensino (Homeschooling; Voucher; Charter; Cheques-ensino; etc.) insistem em "estrumar" a ideia de crise no ensino público, invocando premissas falaciosas que, ao imiscuirem-se no senso comum, escurecem a visão consciente e nítida da verdadeira realidade.
Resultado? Está proliferado um sentimento trivial de "contra-público", onde se ignoram os princípios e a noção transformadora, justa e de combate às desigualdades sociais via esta escolarização.
Culpa das crescentes investidas das políticas neo-radicais da direita se vão construindo arenas paralelas, que idealizam programas educacionais, e que fazem veicular discursos e interpretações oposicionais das suas identidades, necessidades e interesses, com constantes ataques aos projectos públicos!
Contudo, por mais variados que sejam estes confrontos e contra-propostas de ensino, salvaguardamos que é o sistema público que desafia, isso sim, as desigualdades e injustiças sociais, propiciando sua enérgica transformação.
Erradamente a inflamar-se o sistema educacional com sugestões de cheque-ensino, homeschooling, etc., que mais não são que disputas político-económicas, nosso olhar se vai desviando das reais "falências" clamadas pelo sistema escolar.
São as questões como a construção do currículo escolar que deveria estar na base das preocupações reguladas pelas entidades competentes, erigindo-se programas de ensino eficazes e preparatórios para a realidade social, valores humanos e competências no desempenho das tarefas de um futuro incerto e, concomitantemente, a forma como transmitir tais conteúdos!
Esta sim, deveria prevalecer como máxima premissa das discussões nos quadrantes políticos: conteúdos a abordar e formas de os transmitir. Saber as escolas que se querem, as aulas que se idealizam, sem nunca promover o fracionamento e iniquidade social.
Se assim não for, no nosso sistema educacional, continuaremos a abrir as portas para o "corredor da morte", onde de tudo discutimos, e de onde nada retiramos!